Compare "Howl's" part II (Moloch) by Allen Ginsberg with Sylvia Plath's poem "Daddy", considering preferred themes, rhetoric devices, real world/historical references, poetic form(s).
One can argue that oppression is a theme present in both part II of Howl and the poem Daddy by Sylvia Plath. In one Moloch stands for government, "Moloch the stunned governments!", war, "Moloch the vast stone of war!" and capitalism, "Moloch whose soul is electricity and banks!". An oppressing government choking the children of war into a society obsessed with profit. In the other the father figure stands for someone that torments and perhaps even dominates her daughter. The implied author sees her father as an Aryan "And your Aryan eye, bright blue" someone that considers himself superior to her because as she herself says "I think I may well be a Jew". The German language that her father spoke is perhaps, a bit like Moloch, a machine, a train that, again, makes her feel oppressed by her father by not being able to speak to him as an equal.
On the subject of real world events, World War II is an important historic reference to both poems. In part II of Howl the criticism is towards the society after the second World War, in Daddy the force of oppression is a father figure that is like a Nazi, the embodiment of Fascism "Not God but a swastika".
The most obvious common point is the use of horror. In fact, one can see that Ginsberg is using Moloch, a god to whom children where sacrificed. Plath is using more or less the same devices, when she speaks of her father she is using the metaphor of the Nazis but also vampires , as if her father has sucked her blood for years. We have in both side monsters. Plath is using apostrophes with "daddy" so do Ginaberg with "moloch". There are also many differences, for instance Plath is directly targetting her father whereas Ginsberg is not that direct. The stanzas are made of 5 verses in Daddy whereas in Moloch it is more complicated. To conclude, one may say that both poems are deprived of joy, there are under oppression.
Na segunda parte de Howl, o sujeito poético encontra-se focado na denúncia e condenação da sociedade americana capitalista dos anos 50 representada por “Moloch the loveless!”. Este condiciona o pensamento do sujeito poético que o rejeita (“Moloch who frightened me out of my natural ecstasy!”), no entanto, é impossível escapar-lhe pois faz parte dele (“Moloch whom I abandon!/Wake up in Moloch!”). Ao mesmo tempo que a voz lírica de Howl demonstra ser incapaz de escapar aquilo que a limita, o sujeito poético em Daddy experiencia uma incapacidade de se libertar da figura do seu pai que procura esquecer. Pode ser que a morte deste quando ainda era uma criança impeça o sujeito poético de estabelecer uma relação entre si e o seu passado (“So I never could tell where you/Put your foot, your root,”), resultando na incapacidade de construir a sua própria identidade. As frustradas tentativas de recordar a figura paterna apenas limitam o sujeito poético (“black shoe / In which I have lived like a foot”, “The tongue stuck in my jaw.”) que é incapaz de o esquecer, sendo ele uma figura que o atrai e repele (“I have always been scared of you,”, “Every woman adores a Fascist,”, “At twenty I tried to die/And get back, back, back to you”).
Tanto a segunda parte de Howl como Daddy possuem referências a conflitos bélicos. Contudo, no poema de Plath, a ligação do conflito em questão à II Guerra Mundial é feita através de referências ao Holocausto (“A jew to Dachau, Auschwitz, Belsen.”), à força aérea alemã (“With your Luftwaffe, your gobbledygoo”) e aos nazis (“Not God but a swastika”), focando-se no papel dos alemães na guerra, enquanto no poema de Ginsberg esta ligação é feita utilizando referências à intervenção americana no mesmo conflito (“Moloch whose fate is a cloud of sexless hydrogen!”, “monstrous bombs!”). Para além das alusões à II Guerra Mundial, podemos ainda encontrar na segunda parte de Howl menções a outros fenómenos sociais como a migração da população citadina durante os anos 50 para os subúrbios (“invisible in suburbs!”) ou, ainda, possivelmente, ao crescimento da economia capitalista americana depois da guerra (“Moloch whose blood is running money!”, “Moloch whose soul is electricity and banks!”). Logo, os eventos do mundo real a que são feitas diversas referências e a forma como as alusões são feitas são um reflexo das forças opressivas em cada um dos poemas.
Em termos formais, Ginsberg experimenta com o verso longo adaptando-o ao fluir do pensamento e libertando-o de limitações como a rima ou a divisão do poema em estrofes, contrastando, assim, com a regularidade formal de Daddy que se encontra dividido em dezasseis estrofes, cada uma com cinco versos (quintilha), e ao longo das quais o mesmo som é utilizado para formar uma rima, recorrendo muitas vezes à catáfora. Ambos os poemas utilizam a repetição de sons consonânticos (aliteração) e vocálicos (assonância) para manter a sua fluidez, assim como a utilização de estruturas paralelas e repetição de expressões. Não obstante, enquanto na secção de Howl em questão um dos recursos estilísticos mais utilizados é a anáfora, em Daddy esse estatuto pertence à catáfora.
One can argue that oppression is a theme present in both part II of Howl and the poem Daddy by Sylvia Plath. In one Moloch stands for government, "Moloch the stunned governments!", war, "Moloch the vast stone of war!" and capitalism, "Moloch whose soul is electricity and banks!". An oppressing government choking the children of war into a society obsessed with profit. In the other the father figure stands for someone that torments and perhaps even dominates her daughter. The implied author sees her father as an Aryan "And your Aryan eye, bright blue" someone that considers himself superior to her because as she herself says "I think I may well be a Jew". The German language that her father spoke is perhaps, a bit like Moloch, a machine, a train that, again, makes her feel oppressed by her father by not being able to speak to him as an equal.
ReplyDeleteOn the subject of real world events, World War II is an important historic reference to both poems. In part II of Howl the criticism is towards the society after the second World War, in Daddy the force of oppression is a father figure that is like a Nazi, the embodiment of Fascism "Not God but a swastika".
Gonçalo Castro
The most obvious common point is the use of horror. In fact, one can see that Ginsberg is using Moloch, a god to whom children where sacrificed. Plath is using more or less the same devices, when she speaks of her father she is using the metaphor of the Nazis but also vampires , as if her father has sucked her blood for years. We have in both side monsters. Plath is using apostrophes with "daddy" so do Ginaberg with "moloch". There are also many differences, for instance Plath is directly targetting her father whereas Ginsberg is not that direct. The stanzas are made of 5 verses in Daddy whereas in Moloch it is more complicated. To conclude, one may say that both poems are deprived of joy, there are under oppression.
ReplyDeleteNa segunda parte de Howl, o sujeito poético encontra-se focado na denúncia e condenação da sociedade americana capitalista dos anos 50 representada por “Moloch the loveless!”. Este condiciona o pensamento do sujeito poético que o rejeita (“Moloch who frightened me out of my natural ecstasy!”), no entanto, é impossível escapar-lhe pois faz parte dele (“Moloch whom I abandon!/Wake up in Moloch!”). Ao mesmo tempo que a voz lírica de Howl demonstra ser incapaz de escapar aquilo que a limita, o sujeito poético em Daddy experiencia uma incapacidade de se libertar da figura do seu pai que procura esquecer. Pode ser que a morte deste quando ainda era uma criança impeça o sujeito poético de estabelecer uma relação entre si e o seu passado (“So I never could tell where you/Put your foot, your root,”), resultando na incapacidade de construir a sua própria identidade. As frustradas tentativas de recordar a figura paterna apenas limitam o sujeito poético (“black shoe / In which I have lived like a foot”, “The tongue stuck in my jaw.”) que é incapaz de o esquecer, sendo ele uma figura que o atrai e repele (“I have always been scared of you,”, “Every woman adores a Fascist,”, “At twenty I tried to die/And get back, back, back to you”).
ReplyDeleteTanto a segunda parte de Howl como Daddy possuem referências a conflitos bélicos. Contudo, no poema de Plath, a ligação do conflito em questão à II Guerra Mundial é feita através de referências ao Holocausto (“A jew to Dachau, Auschwitz, Belsen.”), à força aérea alemã (“With your Luftwaffe, your gobbledygoo”) e aos nazis (“Not God but a swastika”), focando-se no papel dos alemães na guerra, enquanto no poema de Ginsberg esta ligação é feita utilizando referências à intervenção americana no mesmo conflito (“Moloch whose fate is a cloud of sexless hydrogen!”, “monstrous bombs!”). Para além das alusões à II Guerra Mundial, podemos ainda encontrar na segunda parte de Howl menções a outros fenómenos sociais como a migração da população citadina durante os anos 50 para os subúrbios (“invisible in suburbs!”) ou, ainda, possivelmente, ao crescimento da economia capitalista americana depois da guerra (“Moloch whose blood is running money!”, “Moloch whose soul is electricity and banks!”). Logo, os eventos do mundo real a que são feitas diversas referências e a forma como as alusões são feitas são um reflexo das forças opressivas em cada um dos poemas.
Em termos formais, Ginsberg experimenta com o verso longo adaptando-o ao fluir do pensamento e libertando-o de limitações como a rima ou a divisão do poema em estrofes, contrastando, assim, com a regularidade formal de Daddy que se encontra dividido em dezasseis estrofes, cada uma com cinco versos (quintilha), e ao longo das quais o mesmo som é utilizado para formar uma rima, recorrendo muitas vezes à catáfora. Ambos os poemas utilizam a repetição de sons consonânticos (aliteração) e vocálicos (assonância) para manter a sua fluidez, assim como a utilização de estruturas paralelas e repetição de expressões. Não obstante, enquanto na secção de Howl em questão um dos recursos estilísticos mais utilizados é a anáfora, em Daddy esse estatuto pertence à catáfora.