Wednesday 18 April 2018

Recitatif - Toni Morrison



O texto que iremos ler e explorar na próxima segunda-feira, será "Recitatif" de Toni Morrison. Desta maneira, proponho-vos duas perguntas:


1 - Tendo em conta que a escritora esconde propositadamente expressões e características acerca da raça das personagens principais, Twyla e Roberta, podemos considerar que a leitura se torna um pouco confusa, visto que não sabemos que perspetivas temos e que nada pode ser tomado como garantido.Consideram que esta técnica de escrita é um bom método para explorar a temática tratada no texto? E acham que se adequa ao tempo em que o texto é escrito?

2 - Existem algumas pistas acerca da raça de Twyla e Roberta ao longo de todo o texto. Quais acham ser as mais evidentes e que permitem desvendar as raças das protagonistas?

2 comments:

  1. Ao longo do texto, Toni Morrison dá ao leitor pistas que podem, ou não, revelar a raça de cada uma das protagonistas, que eram como “salt and pepper”. Algumas passagens como "they never washed their hair and smelled funny", ou as posições tomadas por cada uma na integração das escolas, podem levar-nos a pensar que já sabemos qual é caucasiana e qual é afro-americana. No entanto, a distinção nunca é explícita e por vezes torna-se confuso e enganador. Na minha opinião, a autora escolheu esta técnica propositadamente por dois motivos: o leitor vê-se confrontado com os seus próprios estereótipos de raça, que o levam a associar uma determinada característica típica a cada uma das raparigas; por outro lado, uma vez que chegamos ao fim sem certezas em relação a esta questão, o objetivo de mostrar que raça não importa para a finalidade da história foi cumprido.

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  2. Sabemos que as duas raparigas são de raças diferentes ‘’(…) a girl from a whole other race (…)‘’ , sendo que estas não são nunca verdadeiramente reveladas. As únicas pistas que temos são pequenas passagens ao longo do texto, como por exemplo, "(…) they never washed their hair and smelled funny (…)". Penso que a Toni Morrison fez isto propositadamente para que o leitor ficasse sempre na dúvida e pensasse sobre os preconceitos ou estereótipos que possui. Devido a isto, podemos concluir que o ponto principal do texto não é a raça, mas não acho que seja irrelevante para a narrativa.

    Ana Ferreira

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