A literatura marca a liberdade do ser humano, uma ferramenta que se tornou arte, marcando a liberdade de expressão mas também a importância da individualidade. Neste debate, há na oposição o desejo de vozes específicas na literatura para evidenciar a literatura feminina ou étnica. Será que a noção tão importante de Individualidade se manteria com a presença dessas vozes? Eu e o Pedro discordamos com a necessidade de haver uma voz feminina ou racial na literatura. Estamos aqui para defender o direito à individualidade de qualquer autor e expor as consequências que tais vozes trazem para o mundo da literatura.
Nós achamos que qualquer autor ou autora, independentemente de género ou etnia, tem o direito de tomar todo e qualquer ponto de vista que deseje mesmo se for o ponto de vista oposto, como por exemplo o autor Martyn Waites, que em 2009 escreveu o thriller policial The Surrogate, com o pseudónimo feminino Tania Carver. Ou quando Nelle Harper Lee, escreveu To Kill a Mockingbird em 1960 com o nome Harper Lee, para exaltar os personagens masculinos na luta contra o racismo e o classismo.
É absolutamente necessário manter a individualidade na escrita, reunindo todos os autores e autoras, independentemente da raça, numa única esfera literária, onde o conceito de indivíduo já não está fechado em linhas binárias ou perfis raciais, mas sim livre. Esperamos mostrar que o mundo da escrita dominado pelo homem branco de classe média deveria desvanecer para se tornar no mundo da escrita do Escritor Humano, cujo dever é escrever o nosso legado. Nas palavras de Don DeLillo: “Writing is a form of personal freedom. It frees us from the mass identity we see in the making all around us. In the end, writers will write not to be outlaw heroes of some underculture but mainly to save themselves, to survive as individuals.” O autor nesta citação explica-nos a importância da individualidade na demanda para a liberdade e para a sobrevivência do autor.
Pedro Pinheiro
Pedro Simões
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