According to its preface: " This book contains stories drawn from the endless flow of happenings characteristic of city life. Some are true. Some could be true." The story develops in a tenement in the Bronx where its low-class inhabitants face the struggles of life. Taking into consideration the whole novel, but more specifically stories 1 and 3 - "A Contract with God" and "The Super"- it is noticeable how characters change throughout the story (this is mostly true for men, as they seem to be more complex characters than the women we encounter). In the first story, Frimme Hersh has just buried his daughter and this drastically changes him. While in the third story, both the main characters go through big changes, even swapping roles between "winner" and "loser" by the end of the segment.
Do you think there is a game, being played by the author, interchanging the characters between good and evil, hero and villain, in an attempt to humanize them?
On another note, this novel is notorious for being a pioneer of the graphic novel genre. The author draws the characters all in black and white with extraordinarily strong facial expressions, in a way that the characters almost come to life and complement the text in a unique way, or perhaps the text complements them.
Now, would Will Eisner be able to show so much expression and emotion and drama writing in a different format?
How relevant would it be at the time and today if so?
Na minha opinião este formato parece-me ser o mais adequado para exprimir a história e os sentimentos das personagens que são escritos pelo autor. Em "A Contract with God", isto é particularmente evidente, pois na parte escrita temos uma contextualização do protagonista, Frimme Hersh, isto é, da sua infância e do seu crescimento ao longo da sua vida que nos permite perceber a sua posição na atualidade da história. No entanto, é com as ilustrações, que compreendemos verdadeiramente a tristeza pelo qual a personagem principal está a passar com a morte da sua filha, Rachele. Portanto estes dois meios compelementam-se um ao outro, dando ao leitor uma experiência completa, porque se só tivéssemos a parte escrita ou a parte visual, seria algo incompleto. Para além disto, foi extremamente importante, por parte do escritor, ter optado por este formato, pois elevou-o a algo mais do que uns simples desenhos, mostrando ao público a capacidade que este formato tinha de tratar temáticas mais sérias e controversas. Hoje em dia, com a ajuda de escritores como Will Eisner, o romance gráfico continua a ser cada vez mais aclamado e penso que seja relevante continuar a utilizá-lo com o intuito de explorar este tipo de temas para poder sair da bolha de superficialidade em que muitas vezes está inserido.
ReplyDeleteA primeira questão é, de facto, muito interessante, especialmente em relação à história "The Super". Ao contrário das outras histórias, esta é a única que possui uma personagem feminina imponente e complexa, que consegue levar a melhor em relação à personagem masculina. Rosie, a criança de 10 anos, é sem dúvida a antagonista da história, uma vez que as suas ações levam a que um homem adulto se suicide para evitar uma sentença penal. Não há dúvida de que Scruggs é um homem sem morais, que não se preocupa com as suas funções e que olha para crianças com desejo sexual. No entanto, são as ações de Rosie que a tornam a personagem mais interessante e que nos deixam com sentimentos mistos. Todos os seus passos foram minuciosamente calculados, de modo a causar danos. No final, podemos vê-la calmamente a contar o dinheiro que roubou, sem qualquer tipo de remorsos pela morte causada a outro ser humano. Se o destino de Scruggs foi justo ou não, isso cabe a cada um decidir, mas a verdade é que esta mudança de papéis entre as duas personagens não era esperada, o que torna a história ainda melhor. A capacidade de Eisner em humanizar as suas personagens é excelente e o formato de novela gráfica contribui largamente para que isso aconteça.
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