Monday 28 May 2018

Carolyn Forché - last call for post comments!


1. Escolha e analisa o(s) passo(s) de "The Boatman" que mais o/a impressionarem.

2. Procure outro(s) poema(s) da autora. Partilhe e comente!

4 comments:

  1. É possível encontrar semelhanças entre este poema e a “Rima do Velho Marinheiro”, não só pelo facto de ambos serem narrados por um marinheiro, mas também pelo facto de contarem histórias semelhantes- ambos estão presos num barco no meio do oceano, e as restantes pessoas no barco estão a morrer (“all were soaked to the bone, living and dead.”) É curiosa a semelhança entre o verso “We could still float, we said, from war to war” do poema de Forché, e o verso “I pass, like night, from land to land”.

    São também marcantes os versos “we fetched a child, not ours, from the sea, drifting face-/ down in a life-vest, its eyes taken by fish or the birds above us”. A forma repentina e aparentemente casual como este tema é introduzido torna a informação chocante para o leitor. Antes destes versos, o narrador diz “I am talking nonsense again”. Por um lado, esta afirmação confirma-se através da forma aparentemente desconexa como o narrador salta de um pensamento para o outro. Por outro lado, o narrador justifica esse “nonsense” com a história da criança que conta logo em seguida.

    Além disso, estes versos são especialmente chocantes se tivermos em mente a imagem do bebé sírio (Aylan Kurdi) morto numa praia da Turquia. O bebé do poema está descrito de forma semelhante ao da fotografia (“…drifting face-/ down in a life vest”).

    Maria Kopke

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  2. https://www.poetryfoundation.org/poems/53172/the-visitor-56d2323b389c3

    ‘The Visitor’ de Carolyn Forché é um poema de contraste entre gesto conformado e brutalidade. Transmite uma poderosa imagem da prisão como símbolo de redenção à pátria e ao amor ao outro. ‘Visitor’ porque é um tempo de visitação ao passado, às raízes e ao movimento que o corpo e a mente aprisionadas criam. Tem uma imagética sonora que perpassa as paredes da cela e recupera o campo, a gestualidade simples de um instrumento, e o amor, como elementos apropriados na cela. Estando, estes, à mercê do prisioneiro. Da sua maneira de os utilizar como veículo de recuperação ou fantasma nefasto. Em ‘(…) there is no time left.’ apercebemo-nos de um grito suave de desespero, um sussurro que quase poderia fazer parte das paredes da prisão. É, então, a sua tentativa de calma, que coordenada com os versos ‘it is his wife’s breath slipping into his cell each night while he imagines his hand to be hers.’, lhe dão as características mais feliz de qualquer prisioneiro: a consolidação do amor ao outro; a auto-prova da sua sanidade através de rasgos de delírio sustentável, e o sustento da alma com o reconhecimento do seu espaço envolvente. ‘There is nothing one man will not do to another.’ poderia muito bem ter sido a primeira frase como a última, clarifica que o sistema do crime, o sistema da brutalidade humana, mas também o sistema da dádiva, do amor incondicional e da esperança.

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  4. "The Boatman" tem como tema uma questão muito atual: a guerra e a crise dos refugiados. Considero a parte final do poema a mais interessante ("I find myself now the boatman, driving a taxi at the end of the world./I will see that you arrive safely, my friend, I will get you there.") Aqui o discurso poético parece sofrer uma transformação, pois a autora afasta-se do mundo real, o que me deu uma interpretação completamente diferente do poema. Este "boatman" é aquele que nos transporta até à "afterlife", e "our destination is the same", uma vez que somos todos humanos, independentemente da nossa etnia, religião, etc.

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